05/01/11: O
Rio de Janeiro vai estar pronto para sediar as Olimpíadas em 2016
As habituais demandas de transporte e alojamento geradas por grandes eventos desportivos
tornam-se ainda mais desafiadoras. O exemplo dos Jogos Pan-americanos em 2007 deixou
alguns problemas que devem ser superados: apesar dos investimentos, novas estradas e
linhas de metrô e trem não se materializaram, nem a prometida despoluição da Baía de
Guanabara.
No entanto, a cidade deu um passo fundamental nos preparativos: um esquema eficaz para
lidar com emergências está sendo montado. Em abril, mais de 100 pessoas morreram
vítimas de deslizamentos de terra depois de 280 mm de chuva terem caído em apenas 24
horas. A resposta foi desordenada e caótica. O prefeito Eduardo Paes identificou a
falta de um sistema de respostas de emergência como o problema mais urgente da cidade a
ser resolvido no período de preparação para as Olimpíadas, explica Guruduth
Banaver, da IBM. A empresa acaba de fechar um grande negócio com o Rio para suprir essa
necessidade.
Banaver é o diretor de tecnologia do Cidades mais Inteligentes, projeto da
IBM baseado em um pacote formado por consultoria, software e tecnologia de monitoramento,
que permite uma resposta mais rápida e eficaz em caso de imprevistos. Eu
entrevistei pessoas que estavam lá no momento e assistiram aos vídeos, e ficou claro que
ninguém sabia o que estava acontecendo, disse Banaver. Redes de telefonia
móvel ainda estavam funcionando e as emissoras de TV informavam os números de
emergência, mas as linhas telefônicas estavam sobrecarregadas.
Paes percebeu que a única forma de obter informações sobre o que estava acontecendo era
através das câmeras do centro de monitoramento e fiscalização de tráfego da cidade.
Se a estação chuvosa for igualmente difícil em 2011, o Rio estará mais bem preparado.
A cidade agora dispõe de um sistema de previsão do tempo que permite enviar pessoas,
suprimentos e veículos a áreas de perigo e colocar hospitais e autoridades em alerta
antes que algo aconteça. Funcionários estão sendo treinados para prestar informações
sobre necessidades e recursos através de um número de telefone dedicado a emergências.
Mas a questão não se restringe às enchentes ou mesmo à gestão de crises, destaca
Banavar: a chave é integrar dados e processos com o sistema urbano de transportes, obras
e serviços públicos.
Fonte: Opinião e Notícia |