13/08: O
empresário Jorge Gerdau Johannpeter declara para a revista Dinheiro Rural de agosto que
"está em busca do cavalo perfeito"
Veja os principais trechos da
reportagem - Reportagem de Ibiapina Netto:
"O empresário Jorge Gerdau Johannpeter deu uma tacada de mestre em um setor que nada
tem a ver com os negócios de suas empresas. Por meio de uma série de cruzamentos de
sangue de importantes matrizes, feito ao longo dos últimos 25 anos, criou o que se
imagina ser o cavalo da raça holsteiner, a mesma que brilha nas principais competições
olímpicas e que ajudou a dar ao Brasil a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos do Rio
de Janeiro. O nome do "cavalo perfeito" é Singulord Joter, nascido em 1999, e
é considerado uma obra-prima pelos especialistas e um dos melhores exemplares que sua
raça já teve."
"Quem garante? O principal juiz da raça holsteiner na Alemanha, Thomas Nissen. O que
faz de Singulord Joter um cavalo especial na opinião de Bia Nicotero (Membro da
Associação Brasileira de Criadores do Cavalo de Hipismo) é o conjunto da obra.
"Só com muito planejamento é possível chegar a um animal assim." Jorge Gerdau
acredita que tenha realmente criado um animal diferenciado, talvez até um modelo. Mas
apenas por enquanto. "A criação de cavalos é dinâmica e precisa evoluir sempre,
nada é definitivo".
"Se Singulord Joter é a perfeição da raça só o futuro provará. Melhor do que um
resultado solitário e único é a série de acertos que Gerdau tem em seu Currículum.
Calei Joter, na Olimpíada de Sydney, foi bronze com André Johannpeter. Calei também
esteve nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996, primeira medalha olímpica do Brasil no
hipismo. Ao lado desse animal, nos mesmos Jogos Olímpicos, estavam os cavalos Adelfos e
Cassiana Joter, ambos da criação de Jorge Gerdau. Esse feito o colocou como único
criador do mundo a ter três animais numa mesma Olímpiada. Gerdau se orgulha desse feito.
Contudo, diz que a busca da excelência é uma corrida que nunca tem fim."
"O que chama de sorte, na verdade, tem por trás pura obsessão. Jorge Gerdau, faz
tudo, no que diz respeito a cavalos, com um planejamento invejável. Para resumir seus
sonhos como criador, faz uma analogia à sua biografia de empresário. "Lutei muito
neste país para ser um exportador de aço. Da mesma maneira, acredito que o Brasil tem
condições de formar uma criação tão boa quanto a produzida na Europa e hoje pretendo
ser um exportador de cavalos, justamente pela qualidade alcançada."
"Perfeccionista, o empresário julgava que apenas criar não era o suficiente para
ter sucesso nessa empreitada. Era preciso acompanhar tudo muito de perto e ter total
escolha dos cruzamentos a serem feitos. Para tanto criei um sistema de pontuação para
cada qualidade e deficiência que me permita entender que tipo de vistude é necessário
ser incorporado, explica. A hisótria é mais ou menos a seguinte: para cada qualidade
importante de um cavalo de salto - força, agilidade e docilidade ele atribui pontos.
"E para tudo aquilo que falta, procuro linhagens de sangue que transmitam as
características que vão completar o que minha matriz oferece", revela. Nessa
afirmação há um detalhe interessante na maneira Gerdau de criar. Ele sempre procura
"famílias" vencedoras e não indivíduos. "Faço uma criação tailor-made
(sob-medida), afirma."
Fonte: Revista Dinheiro Rural, agosto de 2007. Reportagem de Ibiapina Netto |